Relatório do Inca estima que, só este ano, serão 704 mil novos casos da doença no país.
O Instituto Nacional de Câncer (Inca) estima que o Brasil terá 704 mil novos diagnósticos da doença este ano, conforme indicado no relatório para o triênio 2023-2025. Os tipos mais comuns citados no documento são pele não melanoma, mama feminina, próstata, cólon e reto, pulmão e estômago, nesta ordem. O diagnóstico precoce e a realização do tratamento indicado para cada caso são apontados como fundamentais para a cura.
A perspectiva de crescimento dos casos de câncer não se restringe ao território nacional. O novo estudo do Global Cancer Observatory (Globocan), uma base de dados estatísticos de câncer da Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC, na sigla em inglês), calcula que, em 2050, o mundo deve registrar mais de 35 milhões de diagnósticos da doença.
Para os países menos desenvolvidos ou em desenvolvimento, incluindo o Brasil, o aumento deve superar os 100%. O Inca estima que, em 2050, o Brasil possa registrar 1,4 milhão de casos da doença.
Segundo o Ministério da Saúde, a probabilidade de cura varia de acordo com o tipo de câncer e seu estágio.
O diagnóstico precoce aumenta as chances de recuperação plena. O câncer de cólon e reto, se identificado precocemente, tem uma probabilidade de cura de 90%. O mesmo percentual é observado para o câncer de pele não melanoma, quando é detectado em uma fase inicial e removido completamente. Conforme o Ministério da Saúde, após cinco anos sem evidência da doença, a probabilidade de recorrência é muito pequena para qualquer tumor.
Tratamentos são diversificados e variam conforme o caso
Os tratamentos para o câncer têm evoluído e se diversificado, contribuindo para o aumento das taxas de cura e a melhoria da qualidade de vida dos pacientes. A indicação dos métodos a serem utilizados depende de vários fatores, como o estágio da doença, o tipo de câncer e a saúde do paciente.
A cirurgia é o tratamento inicial para os tumores que não se disseminaram para outros órgãos, segundo informações do Ministério da Saúde. Em alguns casos, como o tratamento de câncer de cólon e reto estágio 0, a intervenção cirúrgica pode ser o único tratamento necessário.
No caso de um câncer de pele não melanoma, o tratamento também costuma envolver a cirurgia para remover o tumor. Em alguns casos, a radioterapia pode ser necessária, especialmente se o câncer não puder ser completamente removido com a intervenção cirúrgica. Além disso, medicamentos tópicos podem ser usados para tratar alguns tipos de câncer de pele não melanoma em estágios iniciais, ou ainda o transplante, segundo a Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO).
Entre os principais tipos de transplantes no Brasil está o de pulmão, que pode ser uma oportunidade de tratamento e cura do câncer, segundo a ABTO. Conforme os dados do Registro Brasileiro de Transplantes, desde 2013, já foram realizados 917 transplantes desse órgão e, em março de 2023, a lista de espera para essa cirurgia continha 167 pacientes adultos e 7 pediátricos.
O câncer de mama feminina também pode ser tratado com cirurgia para remover o tumor. Isso pode ser seguido por radioterapia, quimioterapia ou terapia hormonal, dependendo do tipo e estágio do câncer. O mesmo pode acontecer no tratamento de câncer de próstata, cólon e reto, estômago e pulmão. A associação de tratamentos ou a indicação de apenas um deles dependerá do estágio da doença e da saúde do paciente.
Para a prevenção do câncer de próstata, assim como da mama, as pessoas com o histórico das doenças na família devem antecipar o início dos exames anuais. O médico pode orientar sobre a idade ideal para iniciar o check-up.
A quimioterapia é uma terapia sistêmica que pode ser usada para reduzir o tamanho do tumor antes da cirurgia ou da radioterapia, podendo também ser indicada após os dois procedimentos para destruir as células cancerígenas remanescentes.
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