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Desvendando os mitos e os benefícios da melatonina

A melatonina é uma substância fascinante que desempenha um papel essencial no equilíbrio do corpo humano. 

Produzida naturalmente pela glândula pineal, localizada no cérebro, ela regula o ciclo do sono e vigília, sendo conhecida como o “hormônio do sono”. 

Nos últimos anos, a melatonina também ganhou popularidade como suplemento, levantando uma série de questões sobre seus benefícios, mitos e usos.

Você sabe o que é a melatonina?

A melatonina é um hormônio natural produzido principalmente pela glândula pineal, uma pequena estrutura localizada no cérebro. Ela desempenha um papel fundamental na regulação do ciclo circadiano, também conhecido como o relógio biológico do corpo. 

Esse ciclo é responsável por sincronizar uma série de processos fisiológicos, como o sono, a temperatura corporal e a liberação de outros hormônios.

A produção de melatonina é diretamente influenciada pela exposição à luz. Quando a luz diminui, especialmente ao entardecer e à noite, a glândula pineal aumenta a liberação de melatonina, enviando um sinal ao corpo de que é hora de se preparar para o descanso. 

Isso promove a sensação de sonolência e auxilia na manutenção de um sono saudável. Durante o dia, a exposição à luz solar reduz drasticamente os níveis de melatonina, ajudando o organismo a permanecer alerta e ativo.

Além de ser produzida naturalmente pelo corpo, a melatonina também pode ser encontrada em forma de suplemento, sendo amplamente utilizada para tratar problemas de sono, como insônia e jet lag. 

Apesar de sua popularidade, é importante entender que a melatonina não é um sedativo, mas um regulador do ciclo do sono, funcionando melhor em situações específicas, como quando há desajustes no ritmo circadiano.

Benefícios comprovados da melatonina

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A melatonina oferece benefícios que vão muito além da regulação do sono. Estudos científicos e pesquisas clínicas confirmam seus efeitos positivos em várias áreas da saúde, tornando-a um dos suplementos mais procurados atualmente. 

Conheça os principais benefícios comprovados desse importante hormônio.

Regulação do sono

O principal e mais conhecido benefício da melatonina é sua capacidade de regular o ciclo do sono, também conhecido como ritmo circadiano. 

Esse hormônio é essencial para sincronizar o relógio biológico do corpo, ajudando as pessoas que sofrem de insônia ou dificuldades para dormir, especialmente aquelas com ciclos de trabalho noturnos ou expostas a longas viagens que causam o famoso jet lag. 

A melatonina é eficaz para ajustar os horários de sono, tornando-a uma solução prática e natural para aqueles que enfrentam esses desafios.

Propriedades antioxidantes

Além de sua função primária no sono, a melatonina é reconhecida por seu poderoso efeito antioxidante.

Ela ajuda a proteger as células contra danos causados por radicais livres, moléculas instáveis que podem acelerar o envelhecimento celular e contribuir para o desenvolvimento de doenças crônicas, como diabetes e doenças cardiovasculares. 

A melatonina atua como um escudo para as células, promovendo saúde e longevidade.

Saúde mental e controle emocional

A qualidade do sono está intimamente ligada à saúde mental, e a melatonina desempenha um papel importante nesse equilíbrio. Pesquisas sugerem que esse hormônio pode ajudar a reduzir sintomas de ansiedade e depressão, principalmente em pessoas que enfrentam distúrbios relacionados ao sono. 

A melhora na qualidade do sono promove bem-estar emocional e ajuda a regular os níveis de estresse no dia a dia.

Fortalecimento do sistema imunológico

A melatonina também está associada ao fortalecimento do sistema imunológico. Estudos indicam que ela ajuda o corpo a combater infecções virais e bacterianas, além de reduzir inflamações. 

Esse efeito imunomodulador é especialmente importante em situações onde o organismo está mais vulnerável, como durante períodos de estresse prolongado ou em tratamentos que enfraquecem o sistema imunológico.

Contribuição para a saúde cardiovascular

Pesquisas recentes apontam que a melatonina pode desempenhar um papel na regulação da pressão arterial, principalmente quando administrada à noite.

Ela ajuda a relaxar os vasos sanguíneos, melhorando a circulação e reduzindo o risco de hipertensão, o que é benéfico para pessoas com predisposição a problemas cardíacos. 

Além disso, a melatonina também tem sido estudada por seus possíveis efeitos na proteção contra danos cardíacos causados por estresse oxidativo.

Efeitos em doenças neurodegenerativas

Estudos emergentes sugerem que a melatonina pode ter um papel relevante na prevenção e no tratamento de doenças neurodegenerativas, como o Alzheimer e o Parkinson. Sua ação antioxidante e anti-inflamatória contribui para proteger as células cerebrais, ajudando a retardar o avanço de danos neurológicos.

Impacto no envelhecimento saudável

Com o passar dos anos, a produção natural de melatonina pelo corpo diminui, o que pode contribuir para a dificuldade em dormir e para o envelhecimento precoce.

A reposição adequada desse hormônio ajuda a mitigar esses efeitos, promovendo não apenas noites mais tranquilas, mas também uma melhora na regeneração celular e na qualidade de vida.

Mitos sobre a melatonina

“É um sedativo.”
Embora a melatonina esteja associada ao sono, ela não atua como um sedativo. Ela prepara o corpo para dormir, mas não induz o sono diretamente, como faria um medicamento sedativo.

“Pode ser usada sem limites.”
Apesar de ser uma substância natural, o uso indiscriminado de melatonina pode ter efeitos adversos, como dores de cabeça, tontura e irritabilidade.

“Serve para todos.”
A melatonina é mais eficaz em pessoas com deficiência do hormônio ou distúrbios específicos do sono. Não é recomendada para crianças sem orientação médica.

Como a melatonina é usada como suplemento?

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A melatonina, conhecida por sua função essencial no ciclo de sono e vigília, é amplamente utilizada como suplemento alimentar em diversas partes do mundo. Disponível em farmácias e lojas de produtos naturais, ela é comercializada em diferentes formas, como comprimidos, cápsulas, gomas mastigáveis e até sprays sublinguais. 

Essas apresentações oferecem praticidade e adaptam-se às diferentes preferências e necessidades dos usuários.

A principal finalidade dos suplementos de melatonina é auxiliar no tratamento de distúrbios do sono e na melhoria da qualidade do descanso. Entre as aplicações mais comuns, destacam-se:

Insônia ocasional ou crônica:
A melatonina é amplamente utilizada para tratar dificuldades em iniciar ou manter o sono, especialmente em pessoas que sofrem de insônia. Ela é eficaz em preparar o corpo para dormir, particularmente em casos onde o ciclo circadiano está desregulado.

Jet Lag:

O suplemento é recomendado para pessoas que viajam frequentemente entre fusos horários diferentes, ajudando o corpo a se adaptar mais rapidamente ao novo horário. Isso é especialmente útil em viagens internacionais, onde o jet lag pode causar cansaço extremo e dificuldade para dormir.

Distúrbios neurológicos e condições específicas:

A melatonina é utilizada em casos específicos, como em crianças e adultos com autismo, transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) ou epilepsia. Estudos indicam que ela pode ajudar a regular o sono em indivíduos com essas condições.

Trabalhadores noturnos:

Pessoas que trabalham em turnos noturnos ou possuem horários de sono irregulares muitas vezes recorrem à melatonina para ajustar o ritmo circadiano e melhorar o descanso durante o dia.

Dosagem e uso responsável

A dosagem de melatonina pode variar conforme a necessidade e o objetivo do tratamento. Geralmente, recomenda-se começar com doses baixas, entre 0,3 mg e 1 mg, aumentando gradualmente se necessário. Doses mais altas, de até 10 mg, podem ser utilizadas em casos específicos, mas sempre sob supervisão médica.

O momento ideal para ingerir o suplemento também é crucial. Normalmente, ele deve ser tomado entre 30 minutos e 1 hora antes de dormir, mas isso pode variar dependendo da condição tratada. Para pessoas com jet lag, a administração é ajustada ao horário local para facilitar a adaptação.

Segurança e orientações

Embora a melatonina seja considerada segura para a maioria das pessoas, é fundamental utilizá-la com responsabilidade. O uso prolongado ou em altas doses sem orientação pode causar efeitos colaterais, como:

  • Sonolência durante o dia;
  • Dores de cabeça;
  • Irritabilidade ou alterações de humor;
  • Tontura.

Além disso, é importante consultar um médico antes de iniciar o uso de melatonina, especialmente para crianças, grávidas, lactantes e pessoas que fazem uso de medicamentos como anticoagulantes, imunossupressores ou sedativos.

A melatonina pode ser um poderoso aliado para melhorar o sono e a qualidade de vida, desde que utilizada de forma consciente e com acompanhamento profissional.

Riscos e contraindicações

Embora a melatonina seja geralmente considerada segura, ela não é isenta de riscos. O uso prolongado ou em doses elevadas pode interferir nos níveis hormonais naturais do corpo. Além disso, pode interagir com medicamentos, como anticoagulantes, anticoncepcionais e imunossupressores.

Ela não é recomendada para mulheres grávidas, lactantes, pessoas com doenças autoimunes ou crianças, a menos que prescrita por um médico.

Dicas para potencializar os efeitos naturais da melatonina

Para melhorar a produção natural de melatonina e a qualidade do sono:

  • Evite a luz azul à noite: A exposição a telas de celulares, tablets e computadores pode inibir a produção de melatonina.
  • Crie uma rotina de sono: Dormir e acordar no mesmo horário todos os dias regula o ciclo circadiano.
  • Mantenha o quarto escuro: A escuridão é essencial para a liberação da melatonina.
  • Evite cafeína e álcool à noite: Essas substâncias podem atrapalhar o ciclo do sono.

Melatonina e o futuro da saúde

Pesquisas sobre a melatonina continuam em expansão. Há indícios de que ela pode ter um papel em condições como Alzheimer, doenças cardiovasculares e até mesmo câncer. 

Além disso, o uso terapêutico do hormônio está sendo explorado para melhorar a qualidade de vida em idosos, cujo nível de melatonina tende a diminuir com a idade.

Conclusão

A melatonina é mais do que apenas o hormônio do sono; ela desempenha um papel crucial na saúde geral do corpo. 

No entanto, seu uso deve ser feito com responsabilidade e sob orientação médica. 

Ao desmistificar a melatonina, podemos compreender melhor seus benefícios, mitos e limitações, promovendo uma abordagem mais saudável e consciente do cuidado com o sono e o bem-estar geral.

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